Todos temos um Caminho a percorrer. E mesmo que se vá em grupo o Caminho é sempre "nosso", porque cada um sabe como vai e porque o faz, cada dia que passa ganhamos um motivo...parece mágico! Isabel Vilhena

Sábado, 20 de Setembro de 2008
Chaves - Santiago de Compostela 2008

 

Depois de tanto tempo de ausência aqui estou eu de novo...

Este ano os Caminheiros partiram de Chaves no dia 12 de Julho e chegaram a Santiago de Compostela a 19 de Julho.

Desta vez eu não fui, com muita pena minha, pois se fosse o diário já estava publicado há muito tempo, mas...mais vale tarde que nunca.

O diário foi feito pelo meu marido.

Este ano foram  mais 3 pessoas novas, como poderão ler. 

Boas leituras

 

 

Caminho de Santiago 2008 Chaves/Santiago de Compostela
“Diário de um peregrino”

 

 

Dia 12/07/2008: Saímos de Aveiro/Estarreja por volta das 06:45h, eu Batedor, Penetra e Multimédia (peregrino novo com vontade, determinação, consistente, intelectual, amigo e companheiro, bem aja) com destino a Chaves, nosso ponto de partida para Santiago de Compostela.
Chegamos por volta das 09:00h apeamos na Madalena/Chaves e “bota” na estrada, atravessando a linda ponte Romana com destino a uma visita obrigatória, Igreja Matriz e aí, carimbando os nossos passaportes para realmente dar início à nossa caminhada.
Saímos de Chaves pela estrada que vai para Outeiro Seco e mais á frente vira-mos á direita para o pontilhão, atravessando o rio Tâmega e seguindo junto a este por caminhos até ao açude, próximo da fronteira.
Ao atravessar-mos a fronteira entramos em terras de Espanha e estamos em Feces de Abaixo onde encontramos o primeiro marco a indicar que faltam 199,355 km até Santiago. Aqui paramos para comer um”bocadilho” e beber uma cerveja, rica em malte. Quando a barriga fica composta então é altura para continuar a andar. É um caminho árduo dado que é feito pela serra sem qualquer vegetação entrando numa ou outra aldeia (Tamaguelos, com igreja dedicada ao Santo e com gente hospitaleira) até Verín.
Aqui vão encontrar um albergue pequeno, mas um edifício muito bonito. É uma localidade com uma bonita praia fluvial e monumentos de interesse. Esta etapa tem aproximadamente 30km.
Pernoitamos aqui e aguardamos que o dia seguinte corra tudo bem…

 

Ponte Romana - Chaves - 

 

Inicio da "grande travessia",

Ponte Romana em Chaves

Camarã Municipal de Chaves 

Igreja da Misericórdia - Chaves -

Igreja Matriz em Chaves

Passagem pelo Açude

Primeiro marco

199.355 Km até Santiago

 

Ao fundo vê-se Verín

Albergue de Verín

Jantar merecido...

 


Dia 13/07/2008: Upa, toca a levantar são 07:00h e apesar da etapa ser pequena (20 km) o certo é que temos que “botar pé na estrada”. Logo à saída do albergue virar á direita e seguir caminho pela estrada junto ao Tâmega ouvindo o chilrear dos pássaros e a corrente do rio até Arcuelos e só aí é que começa a terra batida onde atravessamos o rio para a margem direita seguindo junto deste e ao lado da montanha, tendo um percurso muito agradável e fresco, passando por aldeias como Retorta,
Matamá até Laza, vila simpática e ponto de chegada.
Chegamos na hora do almoço, e que fome, logo perguntamos onde comer e recomendaram-nos um
Bar, a Picota que tinha como cozinheira a dona e que cozinheira, que nos serviu muito bem na hora do almoço, jantar e ainda teve a amabilidade de fazer-nos o pequeno-almoço, pois no outro dia a saída era muito cedo.
Após o almoço toca a ir para o albergue, muito bom e novo com espaço envolvente muito agradável
(alias como todos) e toca a descansar dado que amanhã o dia vai ser muito difícil…
Aqui conhecemos duas Alemãs, um casal de Franceses (velhotes) que já estavam a peregrinar desde o dia 01/03/2008 e Paco, um Espanhol reservado mas muito simpático de Múrcia.

 

Inicio do 2º dia 

Verín

Igreja em Verín

Pelos trilhos de Verín a Laza

 

 

Rio Tamega

É só caminhar...

Albergue de Laza

As alemãs Doris e Liza...

...e amanhã é um novo dia!!!

 


Dia 14/07/2008: Arrear por volta das 05:30h pois o dia vai ser longo e pesado.
Após pequeno-almoço, ala que se faz tarde, ainda é de noite, temos que levar as lanternas ligadas para podermos ver as marcações do caminho e podermos orientarmo-nos. São mais ou menos 3 km pela estrada até Soutelo Verde, depois entramos na terra batida até Tamicelas, onde tem início uma subida com mais ou menos 5 km até Albergaria, aldeia típica com um bar “Rincon del Peregrino” muito pessoal e a visitar, pois está forrado (paredes e tecto) com vieiras assinadas pelos peregrinos e onde podes comer.
Logo de seguida ainda sobes um pouco até à estrada e quando chegares a uma grande Cruz então avistas um enorme Vale e é só descer até Vliar de Barrio, mas cuidado com a descida, esta, é muito traiçoeira.
Em Vilar de Barrio paramos para descansar e comermos, arranjamos um jardim (publico) para dormitar e carregar baterias para o resto do dia.
Foi rápida esta etapa, 23 km, mas ainda falta para Xunqueira de Ambia mais 13 ou 14 km e um Vale que demora uma eternidade a passar, levar água pois só encontram uma fonte com água fresquinha em Bovéda e ainda falta (dizem eles) 5 km. Apesar do cansaço estes últimos km´s são de uma beleza enorme, atravessando zonas de arvoredo e vegetação densa muito bonitas, assim como montes com vista para o Vale.
Assim chegamos a Xunqueira, mortos de cansaço mas felizes…, agora, aguardamos pelos outros peregrinos amigos, Mentor e as outras novidades, Mestra e XXL (delicadas, de educação rara, de uma simpatia imensa e de uma beleza enorme, gostamos muito delas). Após o banho fomos então esperar os amigos que vinham encontrar-se e acabar o caminho connosco. Fomos comer e carimbar os passaportes (deles) para fazermos a preparação para os dias seguintes…

 

É de "madrugada" que se começa o dia

 

As paisagens do Caminho

...tomar o pequeno-almoço...

... olhem só este "café"!!!!

 

 

aconchegar a barriga

devagar se vai ao longe...

...até parece o 3º templário???

 

mais uma subida

O que será que este rapaz estava a fazer???

 

Ora aqui está o Albergue, uff!

 

 


Dia 15/07/2008: Levantamo-nos por volta das 06:00h. Tomar o pequeno-almoço e toca a caminhar saindo pela parte desportiva da vila e cruzando o rio Arnóia pela ponte romana.
É uma etapa curta, aproximadamente 22/23 km mas dura, não pelo relevo mas sim por ser essencialmente estrada o que custa bastante pois o caminho torna-se muito regular e cansativo.
Mas lá fomos andando com mais ou menos dificuldades e com alguma expectativa para as mais novas, porque caminhos e trilhos é que nada…
Pelo caminho tivemos necessidade de alimento então paramos em Reboredo num bar onde se comeu uma tortilha e bebeu uma “canha” para confortar as maleitas da estrada. Após barriga cheia vamos ter de passar pela zona Industrial (nada agradável) e seguir até próximo de Ourense, Seixalbo, onde mais uma vez tivemos que parar, muita sede…
Por fim, lá chegamos a Ourense, cidade nascida num cruzamento de caminhos que nos levam ás famosas fontes termais de “As Burgas”. È uma cidade que não podemos deixar de visitar com calma e ver toda a sua beleza tanto natural como monumental.
O dia obriga a uma ida directa para o Albergue (antigo convento de São Francisco), renovado e muito bom. Agora é hora de almoçar e visitar a cidade e como primeiro monumento a Catedral de San Martin, construída no século XII e XIII, Plaza Maior, o seu comércio e a tão famosa fonte de Las Burgas e a sua água termal vinda, dizem as lendas Celtas de um vulcão existente na serra de Montalegre.
A noite chega, jantar, brincar, dormir…

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dia 16/07/2008: O levantar hoje é por volta das 06:30h. Não existem pressas a etapa também não é longa 23 km. Tomar o pequeno-almoço e vamos a isto…, descemos pela cidade passando na Catedral e seguindo para o rio Minho para o cruzarmos pela magnífica “Ponte Vella” ou
“Ponte Maior” , construção Romana e mandada construir pelo imperador Trajano
Após passagem temos que decidir se vamos pela direita ou pela esquerda, isto porque existem dois caminhos até Cea um com um percurso mais por estrada e outro por trilhos. Bom, por unanimidade optamos pelos trilhos e assim fomos (esquerda), só que após a saída de Ourense e passagem por Quintela demos com uma subida com 19% de inclinação e com cerca de 1 km de extensão (Requeixo), foi logo a matar. Finda a subida o merecido descanso, o retemperar de forças é obrigatório e a paragem é feita num café. Quando as forças recuperam a caminhada prossegue entre caminhos e arvoredo (em alguns sítios denso) até Mandrás com ponte Romana (penso eu) muito bonita, e que é pretexto para uma pausa, fotos e matar da sede numa fonte. De seguida encontramos um café onde nos servem uns bocadillos regados com cerveja. Aqui é necessário comer pois não encontramos mais nenhuma casa aberta para alimentar estes corpos. Seguidamente como esperado, o caminho continua entre vegetação luxuriante e agradável. O cansaço e o calor começam a fazer efeito mas Cea está aí, uma vila em granito onde as casas continuam a manter a sua traça antiga dando a sensação de estarmos muitos anos atrás. Mas o melhor estava no seu albergue, edifício recuperado em granito com as alterações devidas para dar acolhimento aos inúmeros peregrinos que decidem pernoitar ali, muito bom. Depois de nos refrescarmos por dentro e fora num bar perto com as nossas amigas Alemãs, resolvemos fazer o jantar no albergue, fizemos umas compritas e contamos com a colaboração da vizinhança do albergue para nos darem azeite, knoor, alface, cebola, enfim o que necessitássemos para os nossos condimentos alimentares. Foi muito giro este jantar, porque também reuniu as Alemãs Dóris e Liza. De seguida arrumar e preparar as coisas para o dia seguinte e dormir (alguns meninos ainda foram beber qualquer coisa).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dia 17/07/2008: Arrear por volta das 05:00h. Hoje o dia vai ser longo, vamos para Bendoiro passando por Castro Dozon. Decidimos fazer duas etapas para diminuir os dias de caminhada e passar pelo Mosteiro de Oseira. O dia não correu como planeado, dado que o 1º objectivo (Mosteiro) não foi atingido, enganamo-nos e fomos, directos a Castro Dozon, mas não há problema e ainda bem se não o caminho tornava-se mais longo e mais difícil.
Dado que saímos cedo, cedo chegamos a Castro Dozon, vila sem muito que contar e que serviu para tomarmos o pequeno-almoço retemperar forças e toca a andar. Pelo caminho deixamos aldeias como Porto de Souto, Cotela e outras, o caminho é agradável porque é feito por trilhos com muita vegetação e serra, muita. Mas o caminho começa a ficar “pesado”, pois os km acumulam-se o calor aperta a fome desperta e era hora para almoçar. Por onde passamos informam-nos que só em Lalin é que existe restaurantes, ainda falta muito mas temos que continuar a caminhar até esse destino.
Após almoço, retomamos caminho até Bendoiro, novamente por caminhos muito bonitos.
Chegados ao Albergue e ao fim de mais 37 km é hora do banho e de preparar a comida. Mais uma vez resolvemos comer no albergue só que os condimentos não existem e é necessário comprar, vamos ter que nos deslocar aproximadamente 2/3 km até ao super mais próximo, mas tudo se resolve e acaba como deve ser, bem e bem aconchegadinhos. Agora é hora de descansar, até amanhã…

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dia 18/07/2008:Destino:Vedra, 34 km. Cá vamos nós novamente para mais uma etapa deste caminho maravilhoso. Saída, cedo como costume (05:30h) e a caminhar de noite. Ao arriar do dia mais um engano pois ao chegarmos a Taboada e ao atravessarmos o rio Deza enganamo-nos devido a uma paisagem maravilhosa sobre o rio e com vista para a ponte do caminho-de-ferro. Andamos mais 2 km em vão até retomarmos caminho certo e aí sim, podermos passar na ponte Romana na calçada e ver a sua igreja Romana. Mais uns km e estamos em Silleda onde paramos para o pequeno-almoço. O caminho segue por campos e riachos até Bandeira, local definido para uma paragem afim de se almoçar. Barriguinha cheia com tapas, pão e vinho branco fresquinho ai que vontade de caminhar. O calor continua o que vale é que existe muita sombra e vai dando para brincar e desfrutar deste ambiente maravilhoso até Dornelas onde está a Igreja de San Martinho com um relvado fresquinho junto ao templo e aos templários. Neste local decidimos descansar um pouco e encher as garrafas com água fresquinha (não na igreja) e dar uns mini banhos para ficarmos mais frescos e continuar dado que ainda falta uns km e umas horitas. Frescos, radiosos lá vão eles até a próxima paragem entre arvoredo, cavalos, potros, cobras?, pássaros e passaras e outros animais. Perto do Prado pára-se para o “malte” e outras bebidas e informam-nos que ainda falta 7 km até o albergue de San Pedro de Vilanova em Vedra, ai tantos km e ainda temos que passar Ponte de Ulla e depois é sempre a subir (4km) até ao albergue passando pela igreja e fonte de Santiaguinho. Tudo se faz com maior ou maior sofrimento, depois a devida recompensa e o descanso. Para jantar temos que nos deslocar até á estrada principal, ainda é longe mas contamos com a boa vontade das pessoas e conseguimos boleia para baixo e cima em carros normais para 7 adultos, obrigado. Vamos dormir e pensar que amanhã é o grande dia e que vamos poder dar o abraço sentido ao nosso amigo Santiago. Até amanhã…

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dia 19/07/2008:Mais uma vez, por a pé ás 05:30h, arrumar as tralhas, comer qualquer coisa e vamos nós…É de noite e obriga o uso das lanternas dificultando a visão no que diz respeito ás marcações no terreno, mas com cautela para não nos enganarmos. Quisemos sair cedo e percorrer os últimos 17 km para podermos estar presentes na missa do peregrino que se realiza todos os dias ás 12:00h. Como disse, saímos cedo, e a paisagem acabou por passar despercebida, mas não existe muita coisa que contar dado que este troço do caminho faz-se essencialmente pelas aldeias circundantes a Santiago e por caminhos alcatroados.
Já de dia, a fome aparece, só que não existe nada aberto até que muito perto de Santiago lá encontramos um café que acaba de abrir saciando-nos o apetite matinal e ajudando-nos no resto do caminho.
Chegados ao destino, e com a consciência de que mais um objectivo foi atingido, é hora do abraço a todos aqueles que me acompanharam em mais uma etapa da minha vida.
De seguida, fomos a Praça das Praterias onde está a fonte para cumprir o ritual da purificação, lavamo-nos, para depois entrar na Catedral e cumprimentar o Santo, com esse abraço sentido de cada um de nós e assistir á missa do peregrino (com bota fumeiro e tudo).
O final aproxima-se e após almoço, é hora de apanhar o comboio e regressar a casa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 
 

 O meu muito obrigado a todos os que me acompanharam nestes dias maravilhosos e até um dia…
ULTREYA

 


publicado por Bolhas e Ampollas às 21:20
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Segunda-feira, 29 de Outubro de 2007
Caminhada de 2006 - Valença - Santiago de Compostela
Bem, vamos começar a relatar o nosso caminho do ano passado, acompanhado por um diário do Caminho. O diário foi escrito pela Isabel (eu), mas vai dando pontos de referência o que é uma mais-valia para quem quer fazer o Caminho Português!!!
Valença - Porriño
02 a 07 de Setembro de 2006
 
Dia 2/9 - Saímos de Estarreja no comboio das 7 horas da manhã, nele já vinha o resto do pessoal de Aveiro, mudamos de comboio em Campanhã e chegamos a Valença por volta da hora de almoço. Almoçamos umas sandes junto a igreja de Valença, carimbamos os passaportes e seguimos para Tuy. Em Tuy fomos a igreja, mas não podemos entrar porque havia um casamento, mas o sacristão está a porta para por os carimbos, descansamos um pouco e seguimos caminho para Porriño, onde íamos ficar a dormir. Existe uma recta na zona industrial de Porriño que é “dose”, passar aquela recta ás 4 da tarde é coisa que nunca mais torno a repetir. Bom depois de passar a recta e a ponte para o outro lado e sempre a pensar que o albergue ficava perto… outra recta mas esta já dentro de Porriño.
Bem lá chegamos nós ao albergue, nem sei que horas eram, e o albergue fechado, foi o Tozé e o Zé a policia e lá vieram eles abrir-nos a porta. Que espectáculo de albergue e todo por nossa conta, tomamos um banho e fomos jantar, melhor fomos buscar comida e comemos no albergue e depois cama. Uma boa noite de sono e cansados como estamos vai ser uma maravilha, amanhã vou ver como tenho os pés, duas bolhas eu já ganhei, não devia ter tirado as botas, vamos lá ver… a 1ª etapa correu bem, as saudades dos meus meninos é que são muitas, telefonei mal cheguei, e está tudo bem.

Fotos do 1º dia

 

 

 

Partida da estação de Estarreja às 7 horas da manhã.

O Tozé (meu marido), a Sandra e eu

 

dentro do comboio com destino a Porto Campanhã.

O Zé, Sandra, a Luisa,a C e eu

Chegados ao Porto fomos apanhar outro comboio para Valença

 

Igreja de Valença

1º Carimbo nos Passaportes do Peregrino.

São estes carimbos que nos vão dando direito a dormir nos albergues gratuitamente.

Pausa para o almoço

E aqui está o grupo completo

Em cima da esquerda para a direita está o Zé e Tozé

Em baixo da esquerda para a direita está a Luisa, eu, a C e a Sandra

Ponte de Valença - Tuy

Lado dos tugas

Lado dos galegos

Igreja de Tuy, onde não podemos entrar por se estar a realizar um casamento, mas o sacristão estava a porta para nos por os carimbos

Mais uma vez o grupo a porta da igreja, quem nos tirou esta foto foi uns portugueses que também fizeram o Caminho, nunca mais os vimos, até que um dia destes um deles me enviou um mail, devido a umas fotos que eu enviei para o Portal do Peregrino, é o bom do caminho, são as amizades que fazemos e a partir daqui começa o nossso Caminho.

 

 

 

Ponte das Febres

 

 

 

 

 

 

Albergue de Porriño

 

 

 

E aqui estão estes meninos, já de baninho tomado, e nós também...fomos comprar uma comidinha e fomos para o albergue comer.

 

E aqui está o Zé a lavar a loiça que sujamos, porque todo o peregrino deve deixar o albergue limpo, tal qual o encontrou. Nos albergeues dão.nos uma cama, e água quente, alguns com lavandaria (este tinha). Não é nenhum Hotel de *****, mas é muito bom depois de um dia de caminhada ter-mos isto a nossa disposição, o minímo que se pede é que se deixe o albergue limpo e uma contribuição no minimo de 3€.

Que mais querem???

Amanhã é outro dia...



publicado por Bolhas e Ampollas às 15:00
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Regresso
"Esta parte do Diário do Caminho, tem uma parte muito minha, muito pessoal, que ao principio eu estava para a cortar, mas resolvi deixa-la estar, pois é uma prova da minha fé e uma prova, para quem acredita, na força que Santiago tem."
Santiago de Compostela - Portugal
Dia 7/9 – Hoje foi um dia muito especial, nem sei explicar, nem sei como estou a escrever mas cá vai. Ontem acabamos por não dormir no seminário. As 10 da noite vieram-nos apagar as luzes e disseram que a partir daquele momento não se podia fazer barulho, ouvir rádio ou falar aos telemóveis. O Zé, a Sandra (que ainda por cima fazia anos) e eu ficamos virados do avesso e resolvemos vir embora é claro que o meu marido veio embora comigo e a Cármen e a Luísa também se pisgaram. Os padres ficaram olhar para nós, mas nós pouco falamos, ainda por cima aquele é o único albergue que nos obrigaram a pagar 5€. Viemos jantar e depois andamos de bar em bar, até que fomos dormir para a estação, mas foi melhor ali do que naquele campo de concentração. Lá apanhamos o comboio e depois mudamos em Redondela, pois tínhamos de ir a Porriño buscar o que lá deixamos, mas foi o Tozé e o Zé e nós seguimos para Valença e lá esperamos por eles. Demoraram pouco, apanhamos o comboio para o Porto, foi uma viagem tranquila e divertida. Em Ermesinde recebi o telefonema do hospital a dizer que a minha mãe não passava de hoje, já se estava a espera pois desde Janeiro considerada terminal e em estado vegetativo… o resto da viagem já foi complicada. Mas eu estava a espera. Cheguei a Estarreja e viemos de táxi para casa, pois andar já não dava, tomei um banho, telefonei para o Hospital de Trabalhos Continuados a dizer que ainda hoje ia lá. O médico que sabia que eu estava a fazer uma peregrinação disse-me logo que não, para descansar que depois falava comigo. As 17.00h . a minha mãe faleceu depois de 11 meses a sofrer com um temor na cabeça. Ela sabia o quanto eu gostava de ir a pé a Compostela, parece que ela esteve este tempo todo a espera que eu fizesse a peregrinação para depois ir-se em paz. Eu pedi para ela não sofrer mais e Santiago atendeu-me. Ela não sofreu mais. Amanhã vou busca-la. Foi muito duro este ano, perder o meu pai de repente em Maio, desde Janeiro que a minha mãe não fala, não vê, não anda e parece que esperou este tempo todo para morrer em paz…e curiosamente este foi o primeiro ano que ela não foi a Santiago, ela adorava vir comigo a Santiago de Compostela.
Agora eu entendo a força e a fé do Caminho e este Caminho para mim vai ser sempre especial. Mesmo assim eu digo que valeu tudo a pena e foi uma lição de vida que eu tive da qual nunca mais me vou esquecer. Vale a pena fazer este caminho, pela fé, pela esperança, pela parte mística, por tudo. Todos nós temos um Caminho a percorrer. E mesmo que se vá em grupo o caminho é sempre “nosso”, porque cada um sabe como vai e porque o faz, cada dia que passa ganhamos um motivo, parece mágico.  
 
ETAPAS:
1ª – Valença – Porriño
2ª - Porriño – Pontevedra
3ª – Pontevedra – Caldas de Rei
4ª – Caldas de Rei – Teo
5ª – Teo – Santiago de Compostela
Fotos da viagem de regresso
Apesar de uma noite mal dormida, até que estamos bem dispostos
Ora aqui está uma reliquia portuguesa, estas coisas não se devem perder...
Aqui está o Zézinho a fumar um cigarrito...
E aqui estamos nós em Campanhã a espera do comboio de regresso a casa e a ler o jornal para saber de noticias de cá...
 
O Caminho está lá e pertence a quem caminha.
Qualquer um pode afivelar a mochila e botar o pé na estrada.
...o motivo que o leva a percorrer o Caminho de Santiago é pessoal. Não existe um motivo certo ou errado adequado ou não , existe o seu motivo.
Walter Jorge
 


publicado por Bolhas e Ampollas às 14:55
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